18 Dec 2007

Primeiro se Torne Consciente, Depois se Torne Consciente de Krsna

É inacreditável quantos maus hábitos no cantar da japa eu não confronto mesmo
sabendo o quanto esses hábitos me machucam. Eles existem, eu posso vê-los
destruindo minha japa, e ainda assim eu os ignoro. Eles têm a tendência de, de
alguma forma, se camuflarem como que dizendo, "Eu estou aqui, mas não se
preocupe comigo". E eu acredito neles e penso, "Ok, eu não vou confrontá-los".
Por quê? Eu tenho medo de que seja muito difícil ou que dê trabalho para mudar?
Eu devo pensar que é menos doloroso mudar do que sofrer as conseqüências de uma
japa ruim. Eu fui obrigado a me tornar consciência desses maus hábitos,
obrigado a confrontá-los e a lidar com eles durante o retiro. Isso foi uma das
melhores coisas que já fiz na vida. Se eu não tivesse passado por essa
experiência, eu não sei por quanto tempo aqueles hábitos continuariam minando
meu potencial de cantar uma japa melhor.

13 Dec 2007

A Japa é um Relacionamento

Embora o cantar reviva nossa relação com Krsna, cantar também é nossa relação
com Krsna. Nós estamos com Radha e Krsna bem ali enquanto cantamos. Srila
Bhaktisiddhanta dizia para se dar as boas vindas para o Santo Nome. Radha e
Krsna vêem até mim quando canto. Eu percebo isso quando canto? Eu Lhes dou boas
vindas e cuido dEles quando vêem? Eu Os adoro quando Eles vêem? Ou eu penso,
"Essa não, ainda faltam seis voltas!"? Se eu penso assim, eu simplesmente tomo
o cantar como um processo, um processo que, na maior parte das vezes, mal posso
esperar para que acabe para que eu possa fazer coisas "mais importantes".

10 Dec 2007

O Santo Nome Funciona Mesmo?

Sim, O Santo Nome funciona mesmo. Bom, permita-me reestruturar essa frase: O
Santo Nome funciona se eu canto o Santo Nome como o Santo Nome deve ser
cantado. Se eu não canto o Santo Nome apropriadamente, então eu vou começar a
achar que Ele não é capaz de desfazer meus anarthas mais profundos. Porque eu
não estou experienciando Krsna enquanto canto, eu perco minha fé no valor e no
poder do Santo Nome. Ir para o retiro e ter facilidades para cantar voltas de
qualidade foi algo excepcional para o crescimento de minha fé. O Santo Nome
começou a atuar em mim de forma mais profunda do que nunca: de forma real,
empolgante, ativa e dinâmica, não mais como o usual mantra morto que eu
costumava cantar. O mantra morto estava produzindo um Mahatma Dasa morto. Mas o
maha mantra é algo vivo, e quando canto um mantra vivo eu ganho vida.

7 Dec 2007

Cantar é um Tédio

Quando cometo ofensas ao Santo Nome, o cantar se torna tedioso. Com essa
consciência, o cantar é insosso, irritante e, sinceramente, desinteressante, e
é a última coisa que quero fazer. Assim, canto simplesmente por uma questão de
dever, enquanto minha mente está totalmente alheia ao cantar. Meu desejo é de
terminar minhas voltas o mais rápido possível.
Isto é para mim um sinal de que minha vida espiritual está em baixa. Quando eu não faço algo para corrigir isso, o cantar negligente cria um efeito dominó de menos consciência de Krsna
em minha vida, que cria um cantar mais negligente, que continua a produzir uma
vida menos consciente de Krsna, que produz um cantar ainda mais negligente. E
isso pode culminar em algo pior do que o cantar negligente. Isso pode conduzir
ao não-cantar.

5 Dec 2007

O Acarya da Japa Multitarefa

Muitas vezes eu canto como um robô. Talvez um dia as coisas fiquem tão ruins
que teremos robôs de japas, e apenas colocaremos nossas contas em suas mãos e
eles irão cantar uma gravação de nossa japa.
Embora a possibilidade disso acontecer pareça bem remota, eu sou como tal robô.
Eu cantei Hare Krsna por tantos anos que eu posso cantar dormindo, posso cantar
dirigindo, posso até mesmo cantar enquanto leio. Posso cantar enquanto faço
compras, converso, admiro a paisagem - você diz qualquer coisa e eu a faço e
canto simultaneamente. Eu sou o acarya da japa multitarefa. Cantar é algo tão
programado em minhas células que eu posso cantar sem nem mesmo pensar nisso.
Alguém talvez diga "isso é bom", mas não é. Isto é horrível, porque eu canto
sem estar consciente de que estou cantando, o que dizer de estar consciente de
que estou me associando com Radha e Krsna. É como se alguém tivesse injetado
Novacaína dentro do meu coração e meu coração tivesse se tornado dormente de
forma que eu não pudesse sentir nada enquanto canto.
Srila Bhaktisiddhanta diz que o nome de Krsna não acontece no fundo do lábio, mas no fundo do coração.

4 Dec 2007

A Mente é Como um Caminhão Barulhento

A Mente é Como um Caminhão Barulhento
Outro dia, enquanto eu cantava, passou um caminhão tão barulhento que eu nem
sequer podia me ouvir cantar. Depois que ele foi embora eu pude voltar a ouvir
o som do mantra que eu cantava. Quando isso aconteceu, eu imediatamente pensei
que aquele caminhão era como a mente. Às vezes a mente é tão barulhenta que eu
não consigo me ouvir cantar. A mente faz barulho em um volume tão alto que
impossível ouvir o mantra. Quando eu penso em controle da mente, penso em
abaixar o volume de sua tagarelice. Uma vez que sua tagarelice pare, eu poderei
ouvir o maha mantra. Quando eu constantemente me empenho em abaixar seu volume,
a mente, eventualmente, começa a ouvir pacificamente ao cantar.

27 Nov 2007

Não Tenho Tempo para Cantar

A maioria de nós, que temos filhos e família para cuidar, somos desafiados,
diariamente, a encontrar duas horas imperturbáveis para nos focarmos em nossas
voltas. A maior parte das atividades que nos impedem de cantar são atividades
que nós mesmos escolhemos fazer. Após o segundo retiro, eu passei a acreditar
que a razão deu ter tantos afazeres que me impediam de cantar é devido ao fato
deu não gostar o suficiente de cantar. É o que Prabhupada chama de "sobrecarga
auto-criada". Se eu estou encontrando dificuldade para finalizar minhas voltas
por falta de tempo, eu sou, em última instância, aquele que escolheu fazer
todas as atividades que estão me impedindo de cantar. Mesmo quando eu realmente
não posso evitar algum trabalho ou responsabilidade, mesmo assim, ainda sou eu
quem organiza todas essas atividades que deixam meu cantar em segundo plano.

24 Nov 2007

Rendendo-se por Completo




Na proporção em que me rendo ao cantar e em que me esforço para dar meu melhor no cantar, nesta proporção Krsna reciproca e bhakti
amadurece em meu coração.
Como a popular passagem, "É dando que se recebe". O quanto eu me dou para a japa é o quanto eu recebo de volta. A devoção não pode ser reciprocada se não for expressa primeiro.
Minha filha está aprendendo a tocar violino e para inspirá-la nós assistimos a uma excepcional violinista de onze anos no site You Tube. A garota de onze anos era tão boa que mal podíamos acreditar. Enquanto eu lhe assistia descrente, eu pensei, "Se eu me dedicasse a minha japa com a mesma seriedade que esta garota se dedica a seu violino, eu já estaria, agora mesmo, plenamente consciente de
Krsna". A verdade é que se eu dou apenas 50% de minha energia para a japa,
então 50% irá para algum outro lugar. Se eu quero cantar e ouvir os Santos
Nomes da forma apropriada, bem como colher os resultados que o Santo Nomes pode
oferecer, tenho de dar toda a minha energia para a japa (tanto física quanto
psíquica). Se eu realmente valorizo minha relação com Krsna, eu farei isso. E
fazendo isso, Krsna verá quão importante é, para mim, poder me relacionar com
Ele.

16 Nov 2007

Cantando para Passar o Tempo

Minha mente encontra grande prazer em pensar. Por isso eu tenho um problema
enquanto canto: enquanto eu canto, minha mente, buscando por prazer, quer
contemplar vários pensamentos interessantes ao invés de ouvir o Santo Nome.
Isso costuma acontecer quando estou entediado com o cantar. Às vezes é muito
difícil ouvir o mantra porque minha mente diz "Isso não é interessante. Pense
em algo interessante, como, o que você irá falar em sua próxima aula, ou como
você fará isso ou aquele projeto de uma maneira nova e criativa". Minha mente
resiste a apenas ouvir ao meu cantar porque ela está sempre procurando por algo
para especular, algo para fazer. E quando ela começa a especular acerca de
algum pensamento interessante, muito embora meus lábios continuem se movendo
com o mantra, eu me desconecto do cantar e vivo no pequeno mundo fantasioso de
minha mente. Eu percebi que minha mente costuma agir assim quando estou
entediado e canto a japa para "passar o tempo" e, dessa maneira, manter-me
entretido. Assim, apenas concentrar-se no mantra e em nada mais pode ser algo
um tanto quanto tortuoso para a mente.

12 Nov 2007

Quando o Cantar de Qualquer Jeito se Torna o Padrão

Após cantar a japa de qualquer jeito por um longo período de tempo, cantar de
qualquer jeito se torna o padrão. Eu passo então a acreditar que, devido às
circunstâncias, este cantar é o melhor que posso oferecer. O cantar negligente
trás como resultado o cantar ficar cada vez mais negligente. E, uma vez que o
cantar negligente produz pouco ou quase nenhum néctar ou realizações, tornar-se
consciente de Krsna se torna mera fantasia, deixando de ser algo real e
possível. O cantar, assim, se torna meramente uma questão de dever, e pode
facilmente se tornar algo automático, sem coração e robótico. O cantar
negligente reforça a idéia de que meu cantar não pode e não ficará muito melhor
do que isso. O problema é que eu acredito nisso e estou bem com isso.

3 Nov 2007

O Santo Nome é a Posse Mais Valiosa que Tenho

Sem o Santo Nome, eu praticamente não teria vida espiritual, felicidade verdadeira, intimidade com Krsna, paz mental, nem habilidade para controlar meus sentidos. Minha relação com Krsna, a relação mais importante de minha vida, é revelada através de Seu Santo Nome. Sem o Santo Nome, eu estaria perdido, em meio a misérias, espiritualmente fraco e desamparado. Mesmo assim, eu trato essa mais valiosa relação como um aborrecimento, algo que me impede de fazer algo "mais importante" ou "mais desejável". O que me ajuda nessas horas é lembrar que eu gosto de cantar, que eu quero cantar, que eu amo cantar (bem no fundo). Pensar que eu tenho que cantar reitera a idéia de que cantar os adoráveis nomes de Krsna é algo que faço, mas preferiria não fazer.

20 Oct 2007

SS Chandramukha Swami





No dia 14 de Outubro recebi um email de Chandramukha Swami(CMS) dizendo que daqui a 4 dias estava chegando em Nova Delhi e perguntando aonde eu estava. Respondi que estava em Vrindavana e pedi para ele me mandar os detalhes do seu vôo que iria esperá-lo no aeroporto de Delhi quando chegasse. Na minha mente estava pensando que talvez não receberia outro email do maharaja pois no passado convivi com ele e um dos seus lemas era que "a única coisa certa é que vai mudar". Mas para a minha surpresa no dia seguinte recebi outro email me mandando os detalhes do vôo. No dia 18 de Outubro acordei bem cedo, a 1:00 h da manhã cozinhei uma prasada e fui para o aeroporto para esperar CMS. Ele chegou as 5:38 hs da manhã e estava com uma aparência bem cansada pois tinha feito uma viajem de avião que durou 24 hs. com duas escalas, vindo de Nova York. CMS ficou muito contente ao me ver no aeroporto, depois de conversarmos um pouco nos dirigimos ao táxi e fomos para Vrindavana. Depois de dois dias se recuperando da viagem, Maharaja já está se sentindo em forma novamente. Ele está trabalhando em um novo livro que está escrevendo e espera poder escrever bastante enquanto na Índia. Eu estou muito feliz de poder ter a associação de um Vaisnava tão elevado como ele. Ai vão duas fotos dele que tirei hoje dia 20/10/2007.

7 Oct 2007

Sri Vrindavana-Mahimamrta (Continuação)


15. Que a terra de Sri Vrindavana, onde Subala e outros maravilhosos vaqueirinhos que são todos amigos queridos de Krishna brincam, onde Lalita e outras esplendidamente belas jovens gopis, que estão repletas de amor por Srimati Radharani, desfrutam de felicidade transcendental e onde Sri Sri Radha-Krishna estão sedentos para desfrutar maravilhosos passatempos amorosos transcendentais dia e noite, torne-se manifesto em meu coração.

16. Para beber: os riachos que generosamente estão cheios com águas cristalinas tão doces como néctar.
Para comer: as folhas secas das arvores são o alimento saboroso que alguém poderia desejar. As brisas são exatamente como alguém poderia desejar.
Para residir existem cavernas limpas nas montanhas e outras residências adequadas. Ai que desgraça! Ai que desgraça!, como eu seria desafortunado se desejasse abandonar Vrindavana!

17. Vrindavana é como a incomparável essência do oceano de amor puro por Krishna. É como a mais doce ilha decorando o oceano de amor. Eu oro para que essa terra de Vrindavana, que os grandes sábios experimentam doce com néctar, me dê abrigo até o momento que eu abandone esse corpo.

18. Eu medito na maravilhosa Vrindavana, onde existem milhões de lagos e poços, todos cheios de água tão doce como néctar transcendental. Onde existem muitos jardins cheios de flores e frutos transcendentais desabrochando, e um número ilimitado de árvores e trepadeiras. Lá existem um número ilimitado de veados transcendentais e outros animais que se movem daqui para ali, e existem também muitos arvoredos belos e transcendentais.

19. Que coração não se encantaria por Vrindavana, onde Sri Radhika-madanamohana desfrutam de muitos passatempos, onde existem muitas árvores e trepadeiras floridas, onde o solo está pavimentado com jóias, e os pássaros, veados e outros animais, estão todos loucos com felicidade transcendental?

20. Eu vi Vrindavana mergulhada em um oceano de doçura pelos passatempos amorosos de duas pessoas mais brilhantes que ouro e safiras, e mais gloriosos do que milhões de Ratis e Kamadevas.

21. Os materialistas que estão fortemente apegados aos objetos para a gratificação dos sentidos, os ascetas que não podem tolerar mesmo um pequeno vislumbre de gratificação dos sentidos, os mais sérios yogis, os impersonalistas, cujas mentes estão fundidas na felicidade do Brahman, e os devotos cujas mentes entraram na flor de lótus dos pés do Senhor Govinda, estão todos encantados pelas qualidades transcendentais de Sri Vrindavana.

22. Se alguém estuda os Upanishades por um longo tempo, ele não irá obter nem mesmo uma partícula atômica da transcendental doçura como resultado de seu estudo. Mas ao contrário, simplesmente por residir em Vrindavana, uma pessoa irá rapidamente mergulhar num grande oceano transcendental de néctar. Que esta suprema morada de Vrindavana torne-se manifesto dentro do meu coração.

23. Quando pacientemente tolerando centenas de pontapés, milhões de insultos, e a constante investida violenta da fome, sede, frio, calor e centenas de outros sofrimentos, sem dinheiro, agitado, derramando uma torrente de lágrimas e chamando em voz alta os nomes de Sri Sri Radha-Krishna, em uma voz de dar pena, eu irei vagar nesta terra de Vrindavana?

24. Mais cedo ou mais tarde, este corpo que não vale nada, irá deixar-me e toda a felicidade material conectada a ele também me deixará. Porque a felicidade material é temporária, ela deve ser entendida como sendo somente uma miragem da felicidade real. Oh! minha mente, por favor, abandona esta falsa felicidade e desfruta da real e eterna felicidade do serviço devocional dentro da terra de Vrindavana.

25. Quão importantes são os mais poderosos reis mundanos para nós? Quão importantes são todos os semideuses e os sábios? Quão importantes são inumeráveis opulências materiais, as quais vêm e vão como um cenário em um sonho? Quão importantes são mesmo, os devotos liberados no mundo espiritual de Vaikuntha, para aqueles de nós cuja única meta da vida é residir em Vrindavana?

26. Que Sri Vrindavana, que trás auspiciosidade e felicidade para todos, e a qual é profundamente amada por duas ou três grandes almas, torne-se a mãe e protetora de mim, que sou cego.

27. Que eu ame Vrindavana, onde na base de uma arvore kadamba nas margens refrescantes do Yamuna, uma pessoa com compleição escura, amorosa, um jovem divino vestido com roupas amarelas, toca uma flauta enquanto ele olha para o rosto de lótus de Radha.

28. Qual é a utilidade dos mais elevados prazeres desfrutados por um Rei? Qual é a utilidade de se aperfeiçoar no sistema de yoga e viajar aos planetas superiores?Qual é o uso da grande variedade de esforços para se obter inúteis propósitos? Estas coisas são insignificantes comparadas com residir em Vrindavana. Simplesmente por viver em Vrindavana, eu irei, um dia, ouvir o doce som da flauta de Krishna, que trás a felicidade ultima.

12 Sept 2007

Sri Vrindavana-Mahimamrta (Continuação)

Oh! Sri Vrindavana, por favor, revele em meu coração a Sua maravilhosa forma transcendental repleta com o conhecimento espiritual mais confidencial e extático. Envergonhado para descrever o néctar mais elevado, os Upanishads somente dizem: "isto não, isto não". Aonde você está descrito?

Dia e noite, eu glorifico Vrindavana que está repleta com os passatempos maravilhosos de Radha e Krishna, com as maravilhas da mais elevada doçura, com o Supremo néctar do Senhor Hari, o mais doce, a mais bela fortuna e com uma inundação de virtudes, que Ananta Sesa, Siva e muitos outros não podem cruzar.

Pense em Vrindavana com amor. Role na sua poeira. Ame-a ardentemente. Satisfaça os seus residentes móveis e imóveis. Adore o lugar de nascimento de Srimate Radharani.Com todo o teu coração, tome o refúgio de Vrindavana, o melhor de todos os lugares sagrados.

Se o Vedanta não descreve Vrindavana diretamente, por que devo me importar? Se os lógicos imperfeitos, que são como serpentes vivendo nas escrituras védicas, ignoram Vrindavana, por que devo me preocupar? Se mesmo os devotos do Senhor não entendem as glórias de Vrindavana, como isto pode me afetar? Mesmo se meu coração fosse perfurado por milhares de raios, eu nunca deixaria Vrindavana.

Eu medito em Vrindavana, onde os cucos cantam a quinta nota, a flauta toca melodias maravilhosas, os pavões cantam e dançam. Trepadeiras e árvores florecem. Belas florestas estão repletas de pássaros e veados, e existem muitos belos lagos, riachos e colinas.

O transcendental, sutil e expansivo Brahman que é a causa secundária da criação material, é o último. Antes está Vaikuntha, então Dvaraka, então o lugar de nascimento de Krishna, Mathura, então Vrindavana de Krishna, o refúgio das vacas Surabhis. E o primeiro lugar é o lugar em Vrindavana, onde as gopis desfrutavam de passatempos com Krishna.

7 Sept 2007

Sri Vrindavana-Mahimamrta



Srila Prabodhananda Sarasvati escreveu uma coletânea de versos glorificando Sri Vrindavana que se chama Sri Vrindavana-Mahimamrta. Na mensagem anterior que coloquei no Diário de Vrindavana, coloquei uma pequena descrição de quem é Srila Prabodhananda Sarasvati e alguns detalhes da vida dele. A seguir vai uns versos desta obra maravilhosa.

Sri Vrindavana-Mahimamrta de Srila Prabodhananda Sarasvati


Meditando nos pés de lótus de Sri Sri Radha Muralimanohara, colocando-me na poeira dos pés do Senhor Caitanya e respeitosamente oferecendo reverências aos grandes devotos do Senhor, que são como oceanos de virtudes. Eu começarei agora a glorificar com grande alegria as opulências transcendentais de Sri Vrindavana.


Eu não sou suficientemente forte para ir até o outro lado do grande oceano de néctar das glórias de Vrindavana.Quem é capaz de ir até lá? Contudo, porque eu amo Vrindavana, irei agora mergulhar neste oceano. Eu oro para que este esforço possa tornar-se exitoso, e trazer um resultado auspicioso.

5 Sept 2007

Sinopse da vida de Srila Prabodhananda Sarasvati por Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura


No ano de 1511, Sri Caitanya Mahaprabhu fez uma viagem de peregrinação aos lugares sagrados situados no Sul da Índia, onde Ele concedeu Sua misericórdia aos devotos residentes lá.


Começando em Jagannatha Puri, Ele primeiro foi até o Rio Godavari e de lá viajou para muitos outros lugares sagrados no atual estado de Madras. No dia de Sukla Ekadasi do mês de Asadha, Sri Caitanya Mahaprabhu chegou em Sri Ranga-Ksetra, aonde Ele decidiu ficar e praticar austeridades durante os quatro meses de Caturmasya. Desta maneira, o Senhor Caitanya passou quatro meses vendo a bela forma da Deidade, o Senhor Ranganatha, e ensinando a mensagem de Krishna.

Nesta época, o Senhor Caitanya ficou na casa de 3 irmãos, Tirumalaya, Vyenkata (cujo filho era Gopala Bhatta Goswami), e Gopala Guru (que mais tarde recebeu o nome de Prabodhananda Sarasvati), que eram Sri Vaisnavas, seguidores de Ramanujacarya, e devotados a adoração de Laksmi-Narayana. O Senhor Caitanya explicou a superioridade dos passatempos do Senhor Krishna para os seus anfitriões, e a conversa deles está mencionada no Caitanya-Caritamrta, Madhya-lila, Chapter Nine. Nesta época, Gopala Guru (Prabodhananda Sarasvati) tornou-se muito devotado ao Senhor Caitanya Mahaprabhu, e o filho de Vyenkata (Gopala Bhatta Goswami) também tornou-se devotado ao Senhor. Na sua juventude, Gopala Bhatta foi instruído por Prabodhananda Sarasvati.


Prabodhananda Sarasvati tornou-se um seguidor de Sri Caitanya Mahaprabhu e é considerado um dos grandes acaryas na Sampradaya Gaudiya Vaisnava. Na verdade, ele é um dos grandes associados eternos do Senhor. Quando o Senhor apareceu em Sua forma original como Krishna, Prabodhananda Sarasvati era uma das gopis mais importantes. Isto está descrito no Gaura-ganoddesa-dipika (163) de Kavi Karnapura's:


"A gopi Tungavidya, que apareceu em Vrajabhumi durante os passatempos do Senhor Krishna, também apareceu durante os passatempos do Senhor Caitanya Mahaprabhu. Desta vez ela apareceu como Prabodhananda Swami, que tornou-se famoso como Sarasvati por causa da sua eloquente (sarasvati) glorificação do Senhor Caitanya Mahaprabhu."


Prabodhananda Sarasvati também é mencionado na introdução do livro Hari-bhakti-vilasa (1.2) de Srila Sanatana Gosvami:


"Este livro, Hari-bhakti-vilasa foi originalmente escrito por Gopala Bhatta Gosvami, o discípulo de Prabodhananda Sarasvati, que é muito querido do Senhor Krishna. Gopala Bhatta trouxe grande felicidade para Srila Rupa Gosvami, Srila Sanatana Gosvami e Srila Raghunatha das Gosvami."


Srila Prabodhananda Sarasvati também é descrito no livro Bhakti-Ratnakara de Narahari Sarakara:


"Prabodhananda Sarasvati era completo com todas as boa qualidades, e portanto ele era conhecido em toda parte pelo nome Sarasvati."
"Ele era (é) muito devotado a Suprema Personalidade de Deus, Sri Krishna Caitanya, e ele sempre lembrava-se Dele, mesmo quando estava dormindo."
"Ele tinha um grande amor pelos devotos, e também era muito austero e renunciado. Sua forma elegante era muito agradável de se ver, e ele era também um poeta e erudito. Ninguém podia comparar-se a ele nas artes de cantar, dançar e tocar instrumentos musicais."
"Quem quer que ouvisse sua fala eloquente ficava cheio de felicidade. Estas são as incomparáveis glórias de Prabodhananda Sarasvati."


Depois que o Senhor Caitanya partiu do Sul da Índia e retornou para Jagannatha Puri em Orissa, Prabodhananda Sarasvati ficou absorto, sempre lembrando Dele dentro do seu coração. Prabodhananda partiu de sua casa em Ranga-Ksetra e viajou para Vrindavana, aonde ele ficou na floresta de Kamyavana, e onde ele em seguida, foi encontrado pelo seu sobrinho Gopala Bhatta Gosvami.

1 Sept 2007

22 Aug 2007

Prabhu Kurma das visita Vrindavana



Prabhu Kurma, o famoso cozinheiro discípulo de Srila Prabhupada estará visitando Vrindavana em Kartika. Ele chegará em Vrindavana no dia 12 de Novembro e ficará até o dia 22 de Novembro. Ele está vindo com um grupo de 10 devotos da Austrália.

Srila Rupa Goswami glorifica o mês de Kartika (Damodara) no seu livro Mathura Mahatyam:
"Para aqueles que adoram Krishna em Vrindavana, o Senhor lhes dá novamente suas formas espirituais originais. Para se obter a mais perfeita purificação de uma vida de pecados deve-se adorar o Senhor Damodara em Vrindavana durante Kartika".

14 Aug 2007

Tomando refúgio do sagrado rio Yamuna




No Bhagavad-Gita 6.17 está dito:


"Aquele que é regulado nos seus hábitos de comer, dormir, lazer e trabalho, pode mitigar todas as dores materiais pela prática do sistema de Yoga."



Eu pensei em escrever este artigo com esta foto porque muitos devotos pensam que vir a Vrindavana significa sofrimento e somente austeridade. Mas como vocês podem ver na foto, não é verdade.


É claro que se alguém vem a Vrindavana pela primeira vez sem conhecer ninguém aqui e sem saber falar Inglês ou Hindi, este devoto vai sofrer um pouco até aprender as "regras do lugar". Assim como se um indiano for ao Brasil pela primeira vez sem conhecer ninguém ai e sem poder falar portugues, vai sofrer um pouco.



No dia 15 de Agosto de 2007 a Índia comemora 60 anos de independência do jugo Inglês. E antes dos Ingleses os muçulmanos também exploraram a Índia. Desta maneira podemos ver que a história da Índia é bem diferente da do Brasil e para fazermos uma análise mais perfeita de um país e um povo temos que levar em conta sua história.

11 Aug 2007

Vrindakunda (última parte)





A história de Vrinda Kunda passando para ISKCON



Baba Madhava dasa tinha muitos planos para desenvolver Vrinda Kunda, um muro em torno da propriedade, um ashram para receber sadhus, um templo maior e mais belo para Vrinda-devi, e um jardim com muitas flores.



O fator tempo, que imperceptivelmente devora a duração da vida de todas as entidades vivas, não tem domínio sobre os Vaisnavas, porque os Vaisnavas estão diretamente sobre a proteção do seu amado Senhor e o serviço deles para Ele não é limitado por tempo e espaço. Externamente, contudo, Baba Madhava parecia que ficou doente, primeiro com pleurisy, e então cancer, e por quase um ano ele viveu no TB Hospital. Sabendo que ele iria em seguida abandonar o seu corpo, ele pediu para vários babajis para cuidarem de Vrinda-devi. Mas pelo arranjo divino do Senhor todos eles responderam, "Não tenho dinheiro e não tenho homens para me ajudar." Embora alguns deles mais tarde mudaram de idéia, Baba Madhava entendeu que Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, que introduziu a adoração de Tulasi-sevi em todas as partes do mundo, era o natural guardião dos interesses de Vrinda-devi, e desta maneira ele passou a adoração de Vrinda-devi e o desenvolvimento da propriedade para os devotos da ISKCON em 1989.


5 Aug 2007

Vrindakunda (parte 2)

Ele protegeu muitos lugares sagrados nos quais Krishna executou Seus passatempos, ele salvou Pavana Sarovara de ser drenado por agentes imobiliários. Baba Madhava também resgatou a colina Kalavata, na qual se encontra as sagradas pegadas de Krishna, e 11 outras colinas sagradas em Vraja ele tambem salvou das mãos de cobiçosos agentes imobiliários e construtores de estradas. ( oficiais do governo, ignorantes da importância espiritual destes lugares estavam devastando tudo).

Para ornamentar a terra de Vraja, Baba Madhava Dasa regularmente fazia com que ricos Vaisnavas doassem centenas de árvores frutíferas, árvores que produziam flôres e árvores de Sândalo e então ele arranjaria para que elas fossem plantadas em vários lugares sagrados, tais como os belos jardins de Radha Bagh e Krishna Bagh em Varshana. Vrinda Kunda, contudo, é a jóia da coroa da sua vida de serviço ao Dhama sagrado.

Depois de tomar posse da propriedade, Madhava Baba conseguiu uma doação do Governo para ajudá-lo a escavar os dois lagos sagrados, Vrinda Kunda e Gupta Kunda. Meninos da escola Kishor Raman Degree College e uma senhora de Agra também ajudaram. Ele então construiu um pequeno templo e instalou a Deidade de Vrinda-devi no dia do aparecimento de Jahnava Mata por volta de 1980.

2 Aug 2007

Vrindakunda (parte 1)






Vrindakunda está localizada a 47 Km Noroeste de Vrindavana dentro da área chamada Vraja ou Braja. Vraja é o lugar aonde Sri Krishna executou os Seus passatempos a 5.000 anos atrás. Vraja cobre uma área de 2.325 Km2 rodeando Vrindavana e Mathura. Esta área de Vraja, mesmo parecendo que faz parte da Índia, não é destruída quando o universo é destruído.





"Eu sou o tempo," Krishna diz no Bhagavad-Gita, "o destruidor dos mundos." No contínuo passar de dias, semanas, meses, anos e centenas de anos, civilizações crescem e desaparecem e a superfície da terra muda. No tempo que Sri Caitanya Mahaprabhu apareceu na terra, em 1486, todos os lugares dos passatempos infantis de Krishna, estavam completamente cobertos pela floresta que cobria a terra de Vrindavana, portanto, Sri Caitanya Mahaprabhu instruiu Srila Rupa e Sanatana Goswamis para escavar os lugares de perigrinação em Vrindavana que estavam perdidos, o que eles fizeram. O Senhor Caitanya pessoalmente visitou os 56 lagos que circundam Nandgaon, incluindo Vrinda Kunda e Gupta Kunda. Mas entre a invasão dos Mulçulmanos e a virada do século XX, Vrinda Kunda desapareceu novamente da vista humana.
Por volta de 1920, o grande Vaisnava erudito e santo, Baba Madhava Dasa nasceu em uma família de brahmanas muito elevada. Ele residiu em Vraja Dhama por mais de 50 anos, e por toda a sua vida foi um religioso (sadhu). Ele tambem agiu com um ardente lider reformador.

28 Jun 2007

Férias do Diário de Vrindavana

Devido a que estou viajando pela Inglaterra, voltarei a publicar novos artigos no Diário de Vrindavana no final do mês de Julho, quando já estarei de volta em Vrindavana novamente (se Sri Sri Radha-Syamasundara assim o quiserem).
Desejo-lhes umas boas férias de Julho também.

Sri Vindavana Dhama Ki Jay!
Srila Prabhupada Ki Jay!
Todas as glórias aos devotos reunidos.

Yajna Murti das

Obs.: Por favor perdoem meus erros de gramática e acentuação mas não tenho ninguém para corrigí-los, nem tenho tempo para fazê-lo eu mesmo. Continuem visitando o Diário vocês são bem vindos. Haribol!!!

23 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Última Parte


Lógica, nós entendemos, é como um bolo que foi deixado exposto e tornou-se totalmente sêco e sem gosto. Meu esposo e eu tinhamos, ate agora, sempre comido tais bolos, mas Srila Prabhupada nos fez beber o néctar dos passatempos transcendentais de Krishna. Por ter nos enviado a Vrindavana em 1971, Srila Prabhupada tinha nos preparado para entrar uma vida nova. E quando nós recebemos iniciação dele, nossa vida nova começou. Agora ele estava nos mostrando como podemos nos livrar dos nossos apegos materiais. Ele estava gentilmente trazendo-nos para um mundo que é sempre viçoso e sempre pessoal aonde nós tinhamos um papel a realizar, um mundo aonde todos os nossos desejos eram satisfeitos somente por cooperarmos com a pessoa Suprema que mora lá, um mundo baseado em amor puro.
E funcionava — era prático e imediato. Nosso pequeno grupo em Vrindavana sentia grande harmonia e unidade de propósito. Nós simplesmente deixavamos Krishna ser o centro de nossas vidas. Nós cantávamos para Ele, nós ouvíamos sobre Ele, nós ofereciamos nosso alimento para Ele, nós visitávamos os lugares dos Seus passatempos e nós lembrávamos de Suas atividades. Nos sentiamos unidos ao servi-Lo, e muito felizes. A consciência de Krishna não era sonho utópico, não era mitologia, mas algo real e tangível.


No ano 1975 eu e meu esposo estavamos em Vrindavana outra vez, desta vez para a cerimônia de inauguração do templo Krishna-Balarama e o Internacional Guesthouse. Quando nós viemos a Vrindavana 4 anos atrás, nós não tínhamos um lugar para ficar, não tínhamos conhecimento do lugar, e não tínhamos amigos. Agora Srila Prabhupada tinha providenciado tudo isto. E através de seus templos, seus discípulos e seus livros transcendentais, Srila Prabhupada está apresentando Vrindavana para todos, assim como ele apresentou para nós.
Obs.: A foto acima é de Vishaka dd, tirando fotos de Srila Prabhupada que está saindo do Yamuna após um banho.

Aqui termina o artigo "Descobrindo Vrindavana" por Vishaka dd. (ACBSP)

20 Jun 2007

Diário de Vrindavana - Penúltima parte

Depois da aula havia uma refeição leve (yogurte, arroz inflado e frutas), depois nós íamos executar nossas atividades diárias. Normalmente eu saía com alguns outros devotos para fotografar os templos locais. Por volta de uma hora da tarde nós retornariamos para o palácio do Kesi Ghata para uma refeição consistente: Sabji (uma preparação feita com vegetais condimentados), dahl ( uma sopa de feijões), arroz e doces feitos com leite. Após nos tinhamos um tempo para ler, conversar e descansar. Por volta das cinco da tarde nós ouvíamos sobre as transcendentais emoções que os devotos sentem em relação ao seu Senhor, Krishna.

Depois desta aula, quem quer que quisesse poderia se espremer no pequeno quarto de Srila Prabhupada para ouvir mais e fazer perguntas. Havia tanto a aprender. Prabhupada podia falar por horas, e nós podíamos ouvir por horas sem sentir cansaço. "Krishna é uma pessoa, a Pessoa Suprema, e você é uma alma espiritual, parte e parcela Dele. Este mundo material não é nossa morada verdadeira. A nossa morada real é em Vrindavana— a Vrindavana original no mundo espiritual. Lá nos podemos eternamente passar o nosso tempo com Krishna e Seus associados em êxtase, desfrutando de relações amorosas." Esta era a essência da filosofia, e havia inumeráveis ramificações.

18 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 11

As 7,00 horas nos estávamos sentados no pátio do templo Radha-Damodara que foi fundado por Srila Jiva Goswami. Um grande escolar e filósofo, ele provou através de suas obras geniais que as literaturas Védicas da Índia apontam a Consciência de Krishna como a meta da vida. Os Goswamis costumavam sentar juntos no pátio do templo para estudar e discutir a ciência da Consciência de Krishna. Rupa o Goswami principal tinha o seu bhajana-kutira (lugar de adoração), neste pátio, e seu samadhi (tumba) também está aqui. Mas o mais significante para nós era que Srila Prabhupada tinha feito deste templo o seu quartel-general desde 1956 até 1965, antes de partir da Índia para ensinar a Consciência de Krisna na América (do Norte). Foi aqui que ele começou a sua obra-prima, a tradução para o Inglês e comentários do Srimad-Bhagavatam. Do quarto de Srila Prabhupada podia se ver o pátio onde os Goswamis costumavam se sentar, e ele obteve muita inspiração deste lugar sagrado.

Agora, em 1972, Srila Prabhupada estava novamente ocupando suas acomodações no Radha-Damodara. As 7:00 hs da mãnha ele costumava se sentar no pátio e dar uma aula sobre o Srimad-Bhagavatam, Primeiro volume, segundo capítulo: "Divindade e serviço divino". Este capítulo resume toda a variedade do conhecimento material e espiritual, e de uma maneira poética apresenta tudo que uma pessoa precisa saber para ser completamente feliz e obter sucesso nesta vida. Srila Prabhupada costumava falar por quarenta e cinco minutos ou uma hora. As palavras que emanavam de seus lábios eram repletas de devoção e sabedoria e nos mantinham absortos.

13 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 10

Todos os dias nos íamos ao lugar chamado Ramana-Reti, que fica próximo da cidade. Ramana significa "agradável" e Reti "areia". Srila Prabhupada chamava Ramana-Reti "As areias prateadas e brilhantes" aonde o Senhor desfrutou de Seus passatempos como um vaqueirinho. Nesta área alguém tinha dado a Srila Prabhupada um terreno, e a construção já tinha começado para construir o Templo Krishna-Balarama e a Guesthouse (hospedaria) International. Alguns poucos devotos estavam vivendo lá para supervisionar a construção, e todas as manhãs eles constumavam cumprimentar nosso pequeno grupo com entusiasmo e mostrar como o trabalho tinha progredido desde o dia anterior. (Naquela época haviam somente uns buracos enormes no chão.) Depois nos retornávamos para a cidade, cantando Hare Krishna enquanto nos caminhávamos. A esta hora normalmente já podíamos ouvir os pavões e podíamos vê-los nos galhos das árvores ou correndo com suas pernas longas. Haviam muitos outros pássaros também, cada um emitindo seu canto particular. E havia também os jumentos puxando enormes fardos, macacos desperdiçando o seu tempo, camelos comendo galhos com espinho, porcos agindo como latas de lixo ambulante, cachorros brigando e latindo, cavalos puxando carroças e centenas de vacas brancas pacificamente caminhando nos pastos.

11 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 9


Srila Prabhupada passou quase que todo o próximo ano viajando e pregando pelo mundo, mas em Outubro de 1972 ele voltou para Vrindavana. Nesta ocasião os devotos estavam vivendo no palácio de Kesi-ghata, que fica nas margens do Yamuna. Todas as mãnhas as 3:00 hs algumas das devotas mais corajosas costumavam acordar e sair pela porta de trás do palácio, descer as escadas e entrar nas águas calmas e tomar o banho da mãnha. Depois voltavamos ao palácio e ainda tinhamos tempo de cantar algumas voltas antes do mangala-arati as 4:00 hs da mãnha.

Por volta das 4:30 a cerimônia acabava, mas o nosso cantar e dançar continuava. Com Karatalas e Mrdangas nas mãos, nós saíamos pelas tortuosas ruas. Acyutananda Swami, um dos discípulos mais velhos de Srila Prabhupada, liderava o grupo, e nesta hora, de madrugada, era um pouco difícil de caminhar pois não podiamos ver aonde nos pisávamos. Mas não demorava muito para os primeiros raios do sol iluminar o nosso caminho.

Outubro e novembro é a época mais auspiciosa. Esta período do ano é chamado Karttika e foi nesta época que Mãe Yasoda pegou Krishna roubando manteiga e amarrou-O em um pilão. Alguns anos mais tarde, Krishna dançou com as belas gopis, as vaqueirinhas que possuem um amor sem limites por Ele. Uma vez Krishna disse a um amigo, “ O momento mais propício é a noite de lua cheia no outono (Karttika), como hoje. O melhor lugar dentro do Universo é Vrindavana, e as meninas mais belas são as gopis. Desta maneira penso que devo me aproveitar de todas estas circunstâncias e ocupar-Me na transcendental dança da rasa.”
Nos podíamos entender porque Krishna gosta desta época do ano. Enquanto nos tocávamos os nossos instrumentos e cantávamos pelas ruas, nos praticamente flutuávamos pelo ar fresco da manhã. Porque a época das chuvas tinha a pouco terminado, as plantas e árvores estavam repletas de folhas e flores novas, para onde quer que olhávamos víamos vida nova.

8 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 8

Em Outubro Srila Prabhupada iniciou John como seu discípulo, Yadubara dasa , mas naquela época eu ainda estava com muitas dúvidas. No entanto em Novembro no dia 29 em 1971, minhas dúvidas diminuíram o suficiente para que eu fosse capaz de receber iniciação. Na frente de Srila Prabhupada e das Deidades de Radha e Krishna (as mesmas que John tinha dado a Yamuna alguns meses atrás), eu prometi me abster de comer carne, sexo ilícito, intoxicantes e jogos de azar, e eu prometi cantar 16 voltas de japa do maha mantra Hare Krishna todos os dias. ( Os devotos cantam em um rosário feito de madeira - Tulasi -, e uma volta quer dizer cantar o maha mantra uma vez para cada uma das 108 contas.) Prabhupada olhou para mim e disse, “ 16 voltas é o mínimo.” Em outra palavras, eu deveria tentar lembrar Krishna em todos os momentos através do cantar do Seus nomes, e não esquecer-me Dele depois de ter terminado as minhas voltas.

Continua...

6 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 7



Prabhupada era tão convicto: “Se você aceita Deus, então você tem que aceitar a potência inconcebível de Deus, você não pode fazer Ele de uma maneira que Ele possa se encaixar com as suas idéias limitadas — se você fizer, isto significa que você realmente não aceita Deus. Deus pode fazer o que Ele quiser, e quando Ele quiser em qualquer lugar que Ele queira. Porque Krishna não pode levantar uma montanha ou mostrar a criação em Sua boca? Porque você não pode Ele não pode?”

Em todos os sentidos Srila Prabhupada fazia Vrindavana ganhar vida. Estar com ele fazia tudo ganhar uma nova significância, os seus olhos estavam ungidos com o amor puro por Krishna. Nós podiamos ver que Srila Prabhupada trabalhava 18 ou 20 horas por dia para Krishna, não “trabalhava”, exatamente, mas servia com amor e devoção— pregando, escrevendo, instruindo. Era óbvio que ele não queria fama ou lucro, ele não queria nenhum prazer material. Ele simplesmente nunca viu qualquer coisa que não o lembra-se de Krishna, desta maneira ele estava sempre alegre e ele sempre nos fazia alegres, com a sua inteligência, perspicácia, sua capacidade de prever, sua profunda realização, sua pureza, sua determinação.



Continua...

5 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 6

Todas as manhãs nos íamos ao arati (cerimônia para glorificar Krishna, cantando, dançando e oferecendo alimentos) , e após Srila Prabhupada costumava dar uma aula sobre a ciência da consciência de Krishna. Todos os dias depois da refeição da manhã nos costumavamos entrar em um ônibus grande, e Srila Prabhupada nos levava para uma visita aos lugares sagrados: Varsna, o lugar aonde Radharani viveu, Govardhana, a montanha que Krishna levantou para proteger os habitantes de Vrindavana de uma tempestade de chuva, Nanda-grama, o lugar aonde Krishna cresceu, e Brahma-ghata, o lugar aonde Krishna abriu a Sua boca para provar para a Sua mãe que Ele não tinha comido terra. Quando mãe Yasoda olhou dentro da boca de Krishna, ela viu toda a criação, quando Srila Prabhupada contou este passatempo, os seus olhos arregalaram-se de uma maneira extraordinária.

Continua...

2 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 5


Continuação do artigo de Visakha.


Em verdade Yamuna não se importava muito em debater. Eu notei que ela preferia servir Krishna e os devotos, e também ela gostava muito de adorar as Deidades. Um dia ela humildemente perguntou a John se ele poderia doar algum dinheiro para comprar umas Deidades muito bonitas de Radha e Krishna que ela tinha visto numa loja. Eu penso que ela ficou tão surpresa quanto eu quando ele com um sorriso disse sim. Ela ficou muito feliz, ela disse que agora ela poderia servir Krishna melhor. E ela explicou que para Deus não há diferença entre energia espiritual e energia material, porque ambas energias vêm Dele. Desta maneira, ela disse, como as pessoas deste mundo não podem a forma original espiritual de Krishna, Krishna aparece diante deles na forma da Deidade. Desta maneira eles podem expressar seu amor por Ele, banhando, vestindo e decorando Ele e
Oferecendo alimentos , assim como os pais cuidam dos seus filhos ou um namorado cuida de sua amada. Yamuna tinha sido ensinada pessoalmente por Srila Prabhupada, a arte de adorer as Deidades, e agora ela começou a cuidar das Deidades desta maneira.


Houve algo mais que nos empurrou em direção a vida espiritual naquela primeira vez que nós

estivemos em Vrindavana— nosso sofrimento. Nós contraímos Glaucoma, uma infecção nos olhos que fazem eles comichar e lacrimejar sem parar. Seguindo a sugestão de um devoto John lavou seus olhos no rio Yamuna e se curou, mas eu decidi ficar em casa, deitada, no segundo piso da nossa casa, debaixo de um mosquiteiro (para proteger-me das moscas). O calor era intenso, meus olhos lacrimejavam tanto que eu não podia ver, uma alergia tinha começado, eu não parava de espirrar e meu nariz não parava de emitir líquidos. Uma bagunça. Eu me lembrei o que Srila Prabhupada tinha escrito que este mundo material é miserável e eu podia ver claramente que este não é um lugar ideal para se viver.

Desde Abril até Outubro de 1971, Srila Prabhupada viajou pela Europa e América dando palestras. Quando ele retornou a Vrindavana, nós voltamos de Calcuta e ficamos com ele em uma casa enorme que alguém tinha emprestado aos devotos.


Continua...

1 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 4

Continuação do artigo de Visakha.

Nós visitamos os lugares onde Krishna no passado, executou seus passatempos extraordinários: o ghata onde ele matou o demônio Kesi, a árvore da qual ele pulou no Yamuna para castigar Kalya, a floresta onde ele encontrou com as gopis a noite para dançar. Não é que nós aceitavamos estas histórias ou a filosofia da consciência de Krishna, mas Vrindavana com certeza possui uma atmosfera diferente. Não tem como escapar.

Todas estas impressões nos influenciaram, sem dúvida, mas o que teve uma influência maior foi encontrar os discípulos de Srila Prabhupada que tinham vindo ao terra sagrada em peregrinação. Aqui estavam, jovens americanos educados que estavam seguros que Deus existe e que Krishna é Deus. Eu me lembro que John e eu caminhamos os 10 Km do parikrama em torno de Vrindavana com Brahmanada Swami, um dos primeiros discípulos de Srila Prabhupada, que falava amorosamente sobre o seu mestre espiritual. Um devoto chamado Giriraja (agora Giriraja Swami) estava sempre falando dos passatempos de Krishna com grande entusiasmo e sensibilidade. E também havia Yamuna-devi dasi, uma das pessoas mais amáveis e amigáveis que eu encontrei até hoje. Em um dia bem quente, ela e eu nos sentamos no Yamuna com água pelo pescoço (assim como os búfalos fazem), e nós conversamos sobre a consciência de Krishna e sobre o que Krishna tinha feito há 5.000 anos atras neste mesmo lugar. Depois de um tempo, eu comecei a realizar que eu era uma ateísta
principalmente porque meus pais eram ateísta e ninguém tinha me convencido a ser qualquer outra coisa. O que Yamuna disse-me era muito simples. Não, eu nunca tive a experiência de ver uma coisa viva vir de uma objeto sem vida. Não, eu nunca tinha visto uma máquina ou um prédio ou qualquer tipo de plano que não tivesse alguém por trás dele, alguma pessoa que tivesse pensado nele.

Continua...

30 May 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 3


Continuação do artigo de Visakha.

Se alguma vêz houve um ponto de mudança nas nossas vidas, este mês em Vrindavana foi ele. John tinha sempre sido neutro em assuntos espirituais, mas eu era uma ateísta convicta, tanto que eu tinha até convertido alguns dos meus amigos a minha maneira de pensar. Minha aversão por sentimentalismo e fé cega estavam profundamente enraizadas no meu coração de pedra. Ainda assim em Vrindavana nos tivemos nossa primeira suspeita de que deveria existir algo superior do que a mente, algo superior a argumentos e especulações. Todas as manhãs eu costumava ir ao mercado para comprar iogurte e frutas frescas para a nossa refeição da manhã. Enquanto eu caminhava nas ruas ensolaradas, as pessoas me cumprimentavam dizendo: “Jaya Radhe” (Todas as glórias a Radha, Srimati Radharani, eu descobri mais tarde que ela é a companheira de Krishna mais amada.)
No meu caminho ao mercado eu passava por dois dos principais templos de Vrindavana: Radha-Ramana e Radha-Gopinatha, contruídos pelos famosos 6 Gosvamis. Aquela hora o som dos sinos dos templos preenchiam o ar, assim como as canções sobre Krishna. As pessoas corriam de um templo a outro para ter darsana (ver as deidades de Krishna). Os macacos, famosos por serem animais de estimação de Krishna, com um olhar travesso observavam o movimento das pessoas e esperavam uma boa oportunidade para roubar alguma comida.

Nas nossas caminhadas diárias John e eu encontramos milhares de templos— Vrindavana tem cerca de 5.000 templos, e não existe uma rua que não tenha pelo menos um templo. A deidade da forma de Krishna estavam por toda a parte, não somente nos templos mas também nas lojas, que também possuíam pinturas, quadros, roupas para as Deidades e decorações. Por toda a parte eu vi viúvas que estavam vivendo seus últimos dias em Vrindavana. Eu costumava fotografa-las, as vezes centenas sentadas juntas pela manhã e cantando o maha-mantra (Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rama, Hare Hare).

Continua amanhã...

29 May 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 2


Continuação do artigo de Visakha.

Vrindavana é uma pequena vila situada a 135 quilômetros ao sudeste de Delhi. A história milenar da Índia dizem que quando Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, vem ao nosso unverso ( uma vez em cada 8.64 bilhões de anos), Ele vem aqui com seus amigos e associados.

No começo, nos não estavamos realmente atraídos com a idéia de ir a Vrindavana. Em vez disso, nos fomos ao Nepal por alguns meses e fizemos algumas caminhadas pelos Himalayas. A uma altura de mais de 3.500 metros nos encontramos um pequeno estábulo aonde nos ficamos por 3 ou 4 dias lendo o Bhagavad-Gita Como Ele É de Srila Prabhupada. Quando nos voltamos a Índia nos vagueamos um pouco mais, algumas vezes encontrando os discípulos de Srila Prabhupada, e lendo outro livro de Srila Prabhupada, Os Ensinamentos do Senhor Caitanya, enquanto viajavamos. Quando nos finalmente chegamos em Delhi, nos pegamos o trem Taj Express, descemos dele em Mathura, e tarde da noite pegamos um típico desconjuntado ônibus velho que iria nos levar a Vrindavana que fica a uns 10 quilômetros de Mathura.
Há 5.000 anos atrás o Senhor Krishna fez mais ou menos a mesma viagem. Ele nasceu em Mathura e naquela noite seu pai Vasudeva carregou-O até Vrindavana através de uma tempestade. Sem dúvida a nossa viagem entre as cidades foi muito menos difícil. Normalmente os ônibus estão lotados com pessoas, mas porque era tarde nos tinhamos bastante espaço mesmo para as nossas mochilas. Estavamos no mes de Julho e o ar estava bastante quente, embora já passava da meia-noite. Eu me lembro que o ônibus barulhento pelas estradas não harmonizava com a atmosfera pacífica local. Naquela primeira noite nos dormimos na porta do asrama pois tudo estava fechado e no dia seguinte nos alugamos uma pequena casa por 50 rúpias por um mês.
Continua amanhã...

26 May 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 1




Hoje eu li na revista De Volta ao Supremo um artigo interessante sobre Vrindavana escrito por Visakha devi dasi:

“Minha aversão por sentimentalismo e fé cega estavam profundamente enraizadas no meu coração de pedra. Ainda assim em Vrindavana nos tivemos nossa primeira suspeita de que deveria existir algo superior a mente, algo superior a argumentos e especulações.”

Uma tarde em Março de 1971, meu esposo e eu estavamos sentados no arejado quarto de Srila Prabhupada em Bombay. Do apartamento podia se ver a moderna cidade de um lado e do outro o oceano Índico.
“Nos queremos fazer um artigo com fotos sobre uma vila da Índia”, Jonh disse, revelando um sonho que nos tivemos após ler um artigo na revista Geografia Nacional sobre uma belo e pitoresco lugar em uma terra distante.
Srila Prabhupada olhou para nos com um olhar que parecia uma mistura de seriedade e divertimento. “Aonde quer que você vá,” ele disse, “ eles irão enganá-los e roubar o seu equipamento. Vocês nem mesmo falam a língua deles.”
Um pouco chocados - não, cabisbaixos - nos continuamos sentados imóveis.

Srila Prabhupada fez uma pausa e continuou. “O melhor seria que vocês fossem a Vrindavana e tirassem fotos lá.”

Haviam outros visitantes na sala e Srila Prabhupada mudou sua atenção para eles. Depois de alguns minutos nos desculpamos e fomos embora.

Penso que eu ainda não tinha ouvido falar de Vrindavana naquela época, mas John já tinha.

Continua amanhã.

18 May 2007

Srila Prabhupada disse sobre Vrindavana

As pessoas materialistas consideram Vrindavana uma cidade suja porque existem muitos porcos e macacos lá, e nas margens do Yamuna têm lixo. Algum tempo atrás, um homem materialista perguntou-me, "Porque você está vivendo em Vrindavana? Porque você escolheu viver em um lugar sujo depois de se aposentar?" Tal pessoa não pode compreender que a Vrindavana deste planeta é sempre uma imagem da Vrindavana original. Por este motivo Vrindavana é tão merecedora de adoração como o é Krishna. Aradhyo bhagavan vrajesa-tanayas tad-dhama vrindavanam: a filosofia de Sri Caitanya Mahaprabhu é que o Senhor Krishna e Sua morada, Vrindavana, são adoráveis igualmente...

Sri Caitanya Mahaprabhu pessoalmente renovou Vrindavana e disse para Seus principais discípulos, Rupa e Sanatana, para desenvolverem Vrindavana e fazê-la acessível para atrair a visão espiritual das pessoas em geral. No momento existem cerca de 5.000 templos em Vrindavana, e ainda assim a nossa sociedade, ISKCON, está construindo um enorme templo para a adoração do Senhor Krishna e do Senhor Balarama e Guru-Gouranga...

(Por favor leiam o verso e o significado no Sri Caitanya Caritamrta, Madhya 16.281)

14 May 2007

Perguntas e Respostas

Se você tiver alguma pergunta sobre Vrindavana, algo que gostaria de saber, me escreva que responderei assim que puder. Meu email é ymurti@yahoo.com

9 May 2007


Eu medito em Vrindavana, que em alguma parte está decorada com bezerrinhos, em outra parte decorada com meninos brincando, em outra parte decorada com um festival de meninas gopis alegres e em alguma outra parte decorada com os atrativos passatempos de Radha e Krishna. (Srila Prabhodananda Sarasvati)

27 Apr 2007

Aula do SB por SS Radhanatha Maharaja



Hoje SS Radhanatha Maharaja deu a aula do Srimad-Bhagavatam. Como estamos nos aproximando do dia do aparecimento do Senhor Nrisimhadeva ele falou sobre o verso 5 do capítulo 5 do 7' Canto do Srimad Bhagavatam:

Prahlada Maharaja respondeu: "Oh maior entre os asuras, Rei dos demônios, o que eu aprendi de meu mestre espiritual, é que qualquer pessoa que tenha obtido um corpo temporário e tenha se casado, esta com certeza embaraçado com ansiedade por ter caído em um poço escuro aonde não existe água mas somente sofrimento. Nos devemos abandonar esta posição e ir para a floresta (vana). Mais especificamente, nos devemos ir para Vrindavana, onde somente a consciência de Krishna prevalece, e devemos então nos refugiar na Suprema Personalidade de Deus."

22 Apr 2007

O verão chegou!


Os termômetros já estão marcando uma temperatura mínima de 24 graus e máxima de 40 graus. E cada um se vira como pode para aguentar o calor. Aqueles que podem compram um condicionador de ar. Outros viajam para as montanhas dos Himalayas aonde a temperatura é muito agradável mesmo no verão mais intenso. Para quem não pode se dar o luxo de viajar ou comprar um condicionador de ar existe alguns segredinhos de como
suportar o calor.

Primeiro pela manhã cedinho encher alguns baldes com água para poder tomar um banho com com água fresca ao meio dia, pois a água que vem do reservatório fica muito quente por volta das 10:00 hs da manhã. Assim que o Sol começa a esquentar, deve-se fechar todas as janelas e portas da casa para manter uma temperatura inferior a temperatura externa. Sair de casa, para fazer compras, etc., pela mãnha cedo ou a tarde depois que o sol se pôr. Tomar bastante líquidos e rezar para que a estação das chuvas chegue mais cedo.

A estação das chuvas normalmente começa no final de Julho. Nos meses de Abril, Maio, Junho e Julho não cai uma gôta de água do céu. As estações são bem definidas aqui na Índia. Na foto vemos alguns porcos de Vrindavana (grandes almas segundo as escrituras) se refrescando um pouco.

Ir ao Banco é uma experiência espiritual?



Imagine que você vai ao Banco para sacar dinheiro da sua conta e quando você entra no Banco a primeira coisa que você vê na parede é um quadro de Krishna, não somente um, mais de um. Depois você olha para os funcionários do Banco e vê que eles tem tilaka na testa e colar de tulasi no pescoço e mais quando voçê se aproxima do funcionário do banco ele te saúda dizendo: "Hare Krishna" e não para ai não, imagine que você está conversando com um funcionário do Banco e outro funcionário vem e oferece a você maha-prasada. Agora você deve estar pensando que isto é um sonho. Mas não isto é a realidade de Vrindavana. Ontem eu fui ao Banco e até tirei uma foto para mostrar para vocês. Se não acreditas ainda assim então venha a Vrindavana e verás com os teus próprios olhos.

"Pense em Vrindavana com amor, role na poeira de Vrindavana, ofereça o teu corpo inteiro no serviço a Vrindavana e então desenvolva amor puro por Vrindavana, adore o lugar de nascimento de Srimati Radharani, e procure satisfazer as entidades vivas que se movem e as que não movem-se que moram em Vrindavana. Desta maneira tome abrigo de Vrindavana, o melhor de todos os lugares sagrados." (Srila Prabhodhananda Sarasvati - Sri Vrindavana Mahimamrita)

21 Apr 2007

Festival da pasta de sândalo



Tem um provérbio que diz que uma imagem vale mais que mil palavras. Certamente este é o caso com esta foto de Sri Sri Radha Syamasundara do Festival de Candana (pasta de sândalo) aqui no templo Krishna Balarama em Vrindavana. Veja a expressão de felicidade de Sri Syamasundara, nem preciso dizer para vocês que o festival estava incrível. Para aqueles que não sabem o Festival de Candana é um festival que marca o início do verão aqui em Vrindavana e para refrescar o corpo das Deidades os devotos passam pasta de Sândalo em todo o corpo das Deidades.
Sri Sri Radha Syamasundar Ki Jaya! Sri Vrindavana Dhama Ki Jaya! Srila Prabhupada Ki Jaya!

19 Apr 2007




Em Vrindavana existem muitos devotos incríveis que dedicam as suas vidas para Radha e Krishna e que de alguma maneira fazem serviço devocional. Desde que cheguei em Vrindavana, agora fazem 8 anos que moro aqui, sempre via este devoto pintando as paredes por todas as partes de Vrindavana. Depois quando aprendi um pouco de hindi descobri que o que ele escreve em Hindi em todos os muros de Vrindavana é Sri Radha e Krishna. Desta maneira ao andarmos em Vrindavana por toda a parte é fácil lembrar-se de Radha e Krishna.



" Sri Vrindavana, Oh terra mais afetuosa do que milhões de mães, este lugar cuja a suprema, transcendental glória é eternamente lembrada por Laksmi, Siva, e por uma multidão de grandes almas, se você agora apareceu diante dos meus olhos, e se você agora me permitiu residir dentro dos seus limites, o que é desejado pelos maiores devotos, então porque você hesita em permitir-me servir as grandes almas que vivem em você?" (Srila Prabhodhananda Sarasvati - Sri Vrindavana Mahimamrita)

16 Apr 2007




Hoje Domingo fui até o Radha Kunda, o lugar mais sagrado do universo, que fica situado a 26 Km de Vrindavana. Fui com a intenção de visitar o Samadhi de S.S. Bhakti Swarupa Damodar Swami que abandonou o corpo no dia 2 de Outubro 2006, S.S. Bhakti Swarupa Damodar Swami foi iniciado por Srila Prabhupada e seguindo sua ordem pregava para as pessoas de nível acadêmico e para cientistas, e é claro também fui com a intenção de visitar o Radha Kunda. O Samadhi dele esta situando no templo de Sri Gopalji que fica as margens do Radha Kunda.
O templo de Sri Gopalji foi construido por um rei de Manipur chamado Maharaja Churchand, que foi ordenado pelo próprio Gopalji.
Sri Gopalji apareceu para o Rei em um sonho e disse para ele construir um temple as margens do Radha Kunda com a entrada do templo em direção ao leste, para que Gopal pudesse dar audiência ao deus do Sol e também pudesse ver o seu lago preferido o Radha Kunda. Os primeiros raios do Sol nascente iluminam diretamente a face de Gopal, especialmente durante os meses do inverno.
O templo de Gopalji é um dos templos mais antigos no Radhakunda. O templo tem quartos subterrâneos e passagens secretas que vai do templo até as águas sagradas do Radha Kunda. Antes as águas do abhisekha de Gopalji iam até o Radha Kunda atavés deste caminho.
Este templo foi adquirido por S.S. Bhakti Swarupa Damodar Swami em 1980. O templo esta sendo cuidado pela fundação Manipuri que foi estabelecida por Maharaja.


Na primeira foto, o Radha Kunda e na segunda foto o Samadhi de S.S. Bhakti Swarupa Damodar Swami.

13 Apr 2007

14 de Abril Ekadasi


Os Vrajavasis normalmente fazem o Parikrama (circundar) de Vrindavana quando é Ekadasi, pois os benefícios obtidos em Ekadasi são maiores do que em outros dias.
Por circundar Vrindavana, além de prestar o devido respeito ao lugar sagrado, Vrindavana, nós também ficamos livres de inumeráveis pecados que foram acumulados em muitas vidas passadas.

Se uma pessoa circunda qualquer templo de Krishna ou Vishnu, ele se purifica de muitos pecados. Mas quando circundamos Vrindavana, nos estamos circundando mais ou menos 5.000 templos de uma só vez.

O Parikrama de Vrindavana tem uma extensão de 10 Km e leva uma média de 2 horas para se fazer o parikrama completo.
É uma boa idéia de, assim que se chegar em Vrindavana, fazer o parikrama e também antes de partir de Vrindavana. A melhor hora para se fazer o parikrama é cedo pela manhã, antes do sol esquentar muito.

Na foto que tirei hoje, vemos uma parte do caminho do parikrama com alguns devotos fazendo o parikrama. Quando é ekadasi, o dia todo, desde madrugada até o sol se pôr, se vê pessoas passando, fazendo o parikrama. São milhares de devotos que fazem o parikrama nos dias de ekadasi aqui em Vrindavana.
Amanhã estou planejando ir até o Radha Kunda para visitar o Samadhi de S.S. Bhakti Svarup Damodar Swami Maharaj. Aguardem!

Hoje aqui em Vrindavana tudo está muito calmo, não se ouve o barulho de carros, motos e de buzinas de bicicletas. Nas ruas que normalmente estão sempre movimentadas, hoje não se vê quase ninguém, as lojas e bancos também estão fechados. O que acontece é que hoje é dia de eleições e por aqui todos tomam muito a sério as eleições.
Para aqueles que não sabem, Vrindavana neste planeta esta situada dentro do estado de Uttar Pradesh. Uttar Pradesh tem uma espantosa população de 175 milhões de habitantes quase a mesma população do Brasil todo (188 milhões ) e toda esta gente em uma área de 238,566 km², o Brasil tem uma área de 8,514,877 km² . Isto quer dizer que não há falta de calor humano aonde quer que você vá. Por falar em calor, o verão vai começar oficialmente no dia 20 de Abril mas os termômetros já estão indo a marca dos 38 graus. Em um outro artigo vou falar o que se faz aqui para suportar o verão. O mapa acima, da Índia, mostra estado de Uttar Pradesh colorido de vermelho.

12 Apr 2007

Aula do SB pelo Presidente do templo Krishna-Balarama



Hoje o atual presidente do templo Krishna-Balarama deu a aula de Bhagavatam 13.14.18. Ele é discípulo de Radhanatha Maharaja e um devoto muito avançado. Ele fez um voto de não comer nada doce. O verso 3.14.18 do Srimad Bhavatam é um verso muito interessante:

"Assim como uma pessoa pode cruzar o oceano com um navio, uma pessoa pode cruzar a situação perigosa do oceano material, vivendo com uma esposa."

Significado de Srila Prabhupada:
Existem quatro classes sociais que devem cooperar no esforço para a liberação da existência material. As classes de brahmacary, ou a vida de estudante piedoso, a vida de casado com uma esposa, a vida retirada e a vida renunciada. Todos para terem um avanço exitoso dependem das pessoas casadas que vivem com a esposa.
Esta cooperação é essencial para o funcionamento apropriado da instituição das quatro classes sociais e quatro classes espirituais. Este sistema de varnasrama védico é geralmente conhecido como o sistema de castas. O homem que vive com a esposa tem uma grande responsabilidade em manter os membros da outras classes - os brahmacaris, vanaprastas e os sannyasis. Exceto para os casados, todos são supostos se ocuparem no avanço espiritual, e portanto o Brahmacari, o vanaprasta e os sannyasis, tem muito pouco tempo para ganhar a vida. Eles portanto coletam doações dos casados, e desta maneira eles obtêm o suficiente para manter as necessidades básicas da vida e cultivar conhecimento espiritual. Por ajudar as outras 3 seções da sociedade a cultivar valores espirituais, os casados tambem avançam espiritualmente. No final cada membro da sociedade automaticamente torna-se avançado espiritualmente e facilmente cruza o oceano de misérias. (fim do significado de Srila Prabhupada)

Na sua aula Prabhu Devamrta enfatizou a importância dos casados de serem muito responsáveis pois as 3 outras classes sociais dependem deles. Ele também disse que os deveres dos casados foi explicado em detalhes por Narada Muni a Yudhistira Maharaja no Srimad Bhagavatam 7.12.11

11 Apr 2007

Vrajavasi



Hoje pela manhã eu estava cantando minhas voltas de japa no quintal de casa quando de repente escutei o som de um instrumento parecido com violino e uma voz cantando: Radhe Shyam, Radhe Shyam, Jaya Jaya Radhe Shyam.
Abri o portão da frente de minha casa, que dá para a rua, e vejam na foto quem estava lá, este sadhu vrajavasi. Ele vai de casa em casa, para no portão e começa a tocar seu violino e a cantar: Radhe Shyam, Radhe Syam, Jaya Jaya Radhe Shyam. Quem não iria dar uma doação para ele? Eu entrei em casa peguei umas frutas e uns trocados e dei para ele. Ele disse, Radhe Shyam com um sorriso e foi para a frente de outra casa, começou a tocar seu instrumento e a cantar: Radhe Shyam, Radhe Shyam Jaya Jaya Radhe Shyam.
Sri Vrindavana Dhama Ki Jaya!
Gaura-bhakta-vrnda Ki Jaya!

10 Apr 2007

Inauguração do diário de Vrindavana

Hoje dia 10 de Abril de 2007, comecei este diário de um residente de Vrindavana. Peço as bençãos de meu mestre espiritual e todos os acaryas e vaisnavas para que este diário possa aumentar o apego de todos a Vrindavana. Porque resolvi escrever este diário? Primeiro como mencionei antes, espero que este seja uma fonte de inspiração para todos. Segundo porque aqui posso colocar fotos, vídeos e muitos artigos sobre Vrindavana. Espero poder contar com o suporte de todos, escrevendo-me e comentando sobre este blog. Na coluna a esquerda intitulada "Conheça Vrindavana sem sair de casa" é só clicar na imagem e você verá vídeos de Vrindavana muito extáticos. Se voçe quiser receber um email cada vez que eu colocar algo novo no diário, mande me um email com o assunto: "Diário de Vrindavana." Desta maneira toda vez que publicar um artigo novo você receberá um email. Por favor não se esqueça de mandar-me um comentário. Yajna Murti das

Harinama


Aqui estamos em frente ao famoso Samadhi de Srila Prabhupada que diariamente é visitado por milhares de peregrinos que chegam de diferentes partes da Índia.
Este grupo de Harinam sai do templo todos os dias as 17:00 hs para cantar pelas ruas de Vrindavana.
Na foto da esquerda para a direita: Sarvabhauma Prabhu (discípulo de Srila Prabhupada dos USA), Radha-Raman Prabhu (discípulo de Param Gati Swami da França), eu e Nandagopal Prabhu (discípulo de Srila Prabhupada da Espanha). Esta é a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna

9 Apr 2007

Testando





"Em Vrindavana todo mundo é feliz. O bezerro é feliz, o gato é feliz, o cachorro é feliz, o homem é feliz... todos. Todos querem servir Krishna em diferentes capacidades, e desta maneira não há inveja. Alguém pode algumas vezes pensar que os macacos de Vrindavana são invejosos porque eles fazem travessuras e roubam comida, mas em Vrindavana nos vemos que os macacos são permitidos comer manteiga, a qual Krishna pessoalmente distribui. Krishna demonstrou que todos tem o direito de viver. Esta é a vida de Vrindavana. Os habitantes de Vrindavana pensam, '' O que quer nos seja dado por Krishna, vamos dividir e comer. (SB 10.13.60 no significado)

Convite





Este é um convite para devotos com família que gostariam de viver em Vrindavana. Nos somos um grupo de 3 famílias, até agora, desejando comprar terra e formar uma comunidade perto de Vrindavana em uma área rural e cada família sendo o proprietário de seu pedaço de terra. A idéia é a de vivermos próximos e desta maneira ter a associação e a proteção da associação com devotos.
Aqueles que estiverem interessados podem me escrever para obter maiores informações, usando o formulário para mensagens ao lado.
Esperando que esta os encontre bem,


Seu servo,
Yajna Murti das

O Rio Yamuna

O templo de Madhana Mohana

De Volta a Vrindavana

Puro Êxtase

Abaixo está um vídeo que fizemos no Kesi Ghata num dia de Ekadasi. Kesi Ghata fica ás margens do sagrado rio Yamuna e foi aqui no Kesi Ghata que Krishna matou o demônio Kesi, que tinha a forma de um cavalo. No dia de ekadasi muitos devotos circundam Vrindavana. No vídeo vocês podem ver os devotos passando e caminhando rápido para terminar o Parikrama antes do Sol esquentar muito. No vídeo, além do Kesi Ghata vocês também podem ver o rio Yamuna.

Kesi Ghata

Harinama em Vrindavana