28 Jun 2007

Férias do Diário de Vrindavana

Devido a que estou viajando pela Inglaterra, voltarei a publicar novos artigos no Diário de Vrindavana no final do mês de Julho, quando já estarei de volta em Vrindavana novamente (se Sri Sri Radha-Syamasundara assim o quiserem).
Desejo-lhes umas boas férias de Julho também.

Sri Vindavana Dhama Ki Jay!
Srila Prabhupada Ki Jay!
Todas as glórias aos devotos reunidos.

Yajna Murti das

Obs.: Por favor perdoem meus erros de gramática e acentuação mas não tenho ninguém para corrigí-los, nem tenho tempo para fazê-lo eu mesmo. Continuem visitando o Diário vocês são bem vindos. Haribol!!!

23 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Última Parte


Lógica, nós entendemos, é como um bolo que foi deixado exposto e tornou-se totalmente sêco e sem gosto. Meu esposo e eu tinhamos, ate agora, sempre comido tais bolos, mas Srila Prabhupada nos fez beber o néctar dos passatempos transcendentais de Krishna. Por ter nos enviado a Vrindavana em 1971, Srila Prabhupada tinha nos preparado para entrar uma vida nova. E quando nós recebemos iniciação dele, nossa vida nova começou. Agora ele estava nos mostrando como podemos nos livrar dos nossos apegos materiais. Ele estava gentilmente trazendo-nos para um mundo que é sempre viçoso e sempre pessoal aonde nós tinhamos um papel a realizar, um mundo aonde todos os nossos desejos eram satisfeitos somente por cooperarmos com a pessoa Suprema que mora lá, um mundo baseado em amor puro.
E funcionava — era prático e imediato. Nosso pequeno grupo em Vrindavana sentia grande harmonia e unidade de propósito. Nós simplesmente deixavamos Krishna ser o centro de nossas vidas. Nós cantávamos para Ele, nós ouvíamos sobre Ele, nós ofereciamos nosso alimento para Ele, nós visitávamos os lugares dos Seus passatempos e nós lembrávamos de Suas atividades. Nos sentiamos unidos ao servi-Lo, e muito felizes. A consciência de Krishna não era sonho utópico, não era mitologia, mas algo real e tangível.


No ano 1975 eu e meu esposo estavamos em Vrindavana outra vez, desta vez para a cerimônia de inauguração do templo Krishna-Balarama e o Internacional Guesthouse. Quando nós viemos a Vrindavana 4 anos atrás, nós não tínhamos um lugar para ficar, não tínhamos conhecimento do lugar, e não tínhamos amigos. Agora Srila Prabhupada tinha providenciado tudo isto. E através de seus templos, seus discípulos e seus livros transcendentais, Srila Prabhupada está apresentando Vrindavana para todos, assim como ele apresentou para nós.
Obs.: A foto acima é de Vishaka dd, tirando fotos de Srila Prabhupada que está saindo do Yamuna após um banho.

Aqui termina o artigo "Descobrindo Vrindavana" por Vishaka dd. (ACBSP)

20 Jun 2007

Diário de Vrindavana - Penúltima parte

Depois da aula havia uma refeição leve (yogurte, arroz inflado e frutas), depois nós íamos executar nossas atividades diárias. Normalmente eu saía com alguns outros devotos para fotografar os templos locais. Por volta de uma hora da tarde nós retornariamos para o palácio do Kesi Ghata para uma refeição consistente: Sabji (uma preparação feita com vegetais condimentados), dahl ( uma sopa de feijões), arroz e doces feitos com leite. Após nos tinhamos um tempo para ler, conversar e descansar. Por volta das cinco da tarde nós ouvíamos sobre as transcendentais emoções que os devotos sentem em relação ao seu Senhor, Krishna.

Depois desta aula, quem quer que quisesse poderia se espremer no pequeno quarto de Srila Prabhupada para ouvir mais e fazer perguntas. Havia tanto a aprender. Prabhupada podia falar por horas, e nós podíamos ouvir por horas sem sentir cansaço. "Krishna é uma pessoa, a Pessoa Suprema, e você é uma alma espiritual, parte e parcela Dele. Este mundo material não é nossa morada verdadeira. A nossa morada real é em Vrindavana— a Vrindavana original no mundo espiritual. Lá nos podemos eternamente passar o nosso tempo com Krishna e Seus associados em êxtase, desfrutando de relações amorosas." Esta era a essência da filosofia, e havia inumeráveis ramificações.

18 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 11

As 7,00 horas nos estávamos sentados no pátio do templo Radha-Damodara que foi fundado por Srila Jiva Goswami. Um grande escolar e filósofo, ele provou através de suas obras geniais que as literaturas Védicas da Índia apontam a Consciência de Krishna como a meta da vida. Os Goswamis costumavam sentar juntos no pátio do templo para estudar e discutir a ciência da Consciência de Krishna. Rupa o Goswami principal tinha o seu bhajana-kutira (lugar de adoração), neste pátio, e seu samadhi (tumba) também está aqui. Mas o mais significante para nós era que Srila Prabhupada tinha feito deste templo o seu quartel-general desde 1956 até 1965, antes de partir da Índia para ensinar a Consciência de Krisna na América (do Norte). Foi aqui que ele começou a sua obra-prima, a tradução para o Inglês e comentários do Srimad-Bhagavatam. Do quarto de Srila Prabhupada podia se ver o pátio onde os Goswamis costumavam se sentar, e ele obteve muita inspiração deste lugar sagrado.

Agora, em 1972, Srila Prabhupada estava novamente ocupando suas acomodações no Radha-Damodara. As 7:00 hs da mãnha ele costumava se sentar no pátio e dar uma aula sobre o Srimad-Bhagavatam, Primeiro volume, segundo capítulo: "Divindade e serviço divino". Este capítulo resume toda a variedade do conhecimento material e espiritual, e de uma maneira poética apresenta tudo que uma pessoa precisa saber para ser completamente feliz e obter sucesso nesta vida. Srila Prabhupada costumava falar por quarenta e cinco minutos ou uma hora. As palavras que emanavam de seus lábios eram repletas de devoção e sabedoria e nos mantinham absortos.

13 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 10

Todos os dias nos íamos ao lugar chamado Ramana-Reti, que fica próximo da cidade. Ramana significa "agradável" e Reti "areia". Srila Prabhupada chamava Ramana-Reti "As areias prateadas e brilhantes" aonde o Senhor desfrutou de Seus passatempos como um vaqueirinho. Nesta área alguém tinha dado a Srila Prabhupada um terreno, e a construção já tinha começado para construir o Templo Krishna-Balarama e a Guesthouse (hospedaria) International. Alguns poucos devotos estavam vivendo lá para supervisionar a construção, e todas as manhãs eles constumavam cumprimentar nosso pequeno grupo com entusiasmo e mostrar como o trabalho tinha progredido desde o dia anterior. (Naquela época haviam somente uns buracos enormes no chão.) Depois nos retornávamos para a cidade, cantando Hare Krishna enquanto nos caminhávamos. A esta hora normalmente já podíamos ouvir os pavões e podíamos vê-los nos galhos das árvores ou correndo com suas pernas longas. Haviam muitos outros pássaros também, cada um emitindo seu canto particular. E havia também os jumentos puxando enormes fardos, macacos desperdiçando o seu tempo, camelos comendo galhos com espinho, porcos agindo como latas de lixo ambulante, cachorros brigando e latindo, cavalos puxando carroças e centenas de vacas brancas pacificamente caminhando nos pastos.

11 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 9


Srila Prabhupada passou quase que todo o próximo ano viajando e pregando pelo mundo, mas em Outubro de 1972 ele voltou para Vrindavana. Nesta ocasião os devotos estavam vivendo no palácio de Kesi-ghata, que fica nas margens do Yamuna. Todas as mãnhas as 3:00 hs algumas das devotas mais corajosas costumavam acordar e sair pela porta de trás do palácio, descer as escadas e entrar nas águas calmas e tomar o banho da mãnha. Depois voltavamos ao palácio e ainda tinhamos tempo de cantar algumas voltas antes do mangala-arati as 4:00 hs da mãnha.

Por volta das 4:30 a cerimônia acabava, mas o nosso cantar e dançar continuava. Com Karatalas e Mrdangas nas mãos, nós saíamos pelas tortuosas ruas. Acyutananda Swami, um dos discípulos mais velhos de Srila Prabhupada, liderava o grupo, e nesta hora, de madrugada, era um pouco difícil de caminhar pois não podiamos ver aonde nos pisávamos. Mas não demorava muito para os primeiros raios do sol iluminar o nosso caminho.

Outubro e novembro é a época mais auspiciosa. Esta período do ano é chamado Karttika e foi nesta época que Mãe Yasoda pegou Krishna roubando manteiga e amarrou-O em um pilão. Alguns anos mais tarde, Krishna dançou com as belas gopis, as vaqueirinhas que possuem um amor sem limites por Ele. Uma vez Krishna disse a um amigo, “ O momento mais propício é a noite de lua cheia no outono (Karttika), como hoje. O melhor lugar dentro do Universo é Vrindavana, e as meninas mais belas são as gopis. Desta maneira penso que devo me aproveitar de todas estas circunstâncias e ocupar-Me na transcendental dança da rasa.”
Nos podíamos entender porque Krishna gosta desta época do ano. Enquanto nos tocávamos os nossos instrumentos e cantávamos pelas ruas, nos praticamente flutuávamos pelo ar fresco da manhã. Porque a época das chuvas tinha a pouco terminado, as plantas e árvores estavam repletas de folhas e flores novas, para onde quer que olhávamos víamos vida nova.

8 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 8

Em Outubro Srila Prabhupada iniciou John como seu discípulo, Yadubara dasa , mas naquela época eu ainda estava com muitas dúvidas. No entanto em Novembro no dia 29 em 1971, minhas dúvidas diminuíram o suficiente para que eu fosse capaz de receber iniciação. Na frente de Srila Prabhupada e das Deidades de Radha e Krishna (as mesmas que John tinha dado a Yamuna alguns meses atrás), eu prometi me abster de comer carne, sexo ilícito, intoxicantes e jogos de azar, e eu prometi cantar 16 voltas de japa do maha mantra Hare Krishna todos os dias. ( Os devotos cantam em um rosário feito de madeira - Tulasi -, e uma volta quer dizer cantar o maha mantra uma vez para cada uma das 108 contas.) Prabhupada olhou para mim e disse, “ 16 voltas é o mínimo.” Em outra palavras, eu deveria tentar lembrar Krishna em todos os momentos através do cantar do Seus nomes, e não esquecer-me Dele depois de ter terminado as minhas voltas.

Continua...

6 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 7



Prabhupada era tão convicto: “Se você aceita Deus, então você tem que aceitar a potência inconcebível de Deus, você não pode fazer Ele de uma maneira que Ele possa se encaixar com as suas idéias limitadas — se você fizer, isto significa que você realmente não aceita Deus. Deus pode fazer o que Ele quiser, e quando Ele quiser em qualquer lugar que Ele queira. Porque Krishna não pode levantar uma montanha ou mostrar a criação em Sua boca? Porque você não pode Ele não pode?”

Em todos os sentidos Srila Prabhupada fazia Vrindavana ganhar vida. Estar com ele fazia tudo ganhar uma nova significância, os seus olhos estavam ungidos com o amor puro por Krishna. Nós podiamos ver que Srila Prabhupada trabalhava 18 ou 20 horas por dia para Krishna, não “trabalhava”, exatamente, mas servia com amor e devoção— pregando, escrevendo, instruindo. Era óbvio que ele não queria fama ou lucro, ele não queria nenhum prazer material. Ele simplesmente nunca viu qualquer coisa que não o lembra-se de Krishna, desta maneira ele estava sempre alegre e ele sempre nos fazia alegres, com a sua inteligência, perspicácia, sua capacidade de prever, sua profunda realização, sua pureza, sua determinação.



Continua...

5 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - Parte 6

Todas as manhãs nos íamos ao arati (cerimônia para glorificar Krishna, cantando, dançando e oferecendo alimentos) , e após Srila Prabhupada costumava dar uma aula sobre a ciência da consciência de Krishna. Todos os dias depois da refeição da manhã nos costumavamos entrar em um ônibus grande, e Srila Prabhupada nos levava para uma visita aos lugares sagrados: Varsna, o lugar aonde Radharani viveu, Govardhana, a montanha que Krishna levantou para proteger os habitantes de Vrindavana de uma tempestade de chuva, Nanda-grama, o lugar aonde Krishna cresceu, e Brahma-ghata, o lugar aonde Krishna abriu a Sua boca para provar para a Sua mãe que Ele não tinha comido terra. Quando mãe Yasoda olhou dentro da boca de Krishna, ela viu toda a criação, quando Srila Prabhupada contou este passatempo, os seus olhos arregalaram-se de uma maneira extraordinária.

Continua...

2 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 5


Continuação do artigo de Visakha.


Em verdade Yamuna não se importava muito em debater. Eu notei que ela preferia servir Krishna e os devotos, e também ela gostava muito de adorar as Deidades. Um dia ela humildemente perguntou a John se ele poderia doar algum dinheiro para comprar umas Deidades muito bonitas de Radha e Krishna que ela tinha visto numa loja. Eu penso que ela ficou tão surpresa quanto eu quando ele com um sorriso disse sim. Ela ficou muito feliz, ela disse que agora ela poderia servir Krishna melhor. E ela explicou que para Deus não há diferença entre energia espiritual e energia material, porque ambas energias vêm Dele. Desta maneira, ela disse, como as pessoas deste mundo não podem a forma original espiritual de Krishna, Krishna aparece diante deles na forma da Deidade. Desta maneira eles podem expressar seu amor por Ele, banhando, vestindo e decorando Ele e
Oferecendo alimentos , assim como os pais cuidam dos seus filhos ou um namorado cuida de sua amada. Yamuna tinha sido ensinada pessoalmente por Srila Prabhupada, a arte de adorer as Deidades, e agora ela começou a cuidar das Deidades desta maneira.


Houve algo mais que nos empurrou em direção a vida espiritual naquela primeira vez que nós

estivemos em Vrindavana— nosso sofrimento. Nós contraímos Glaucoma, uma infecção nos olhos que fazem eles comichar e lacrimejar sem parar. Seguindo a sugestão de um devoto John lavou seus olhos no rio Yamuna e se curou, mas eu decidi ficar em casa, deitada, no segundo piso da nossa casa, debaixo de um mosquiteiro (para proteger-me das moscas). O calor era intenso, meus olhos lacrimejavam tanto que eu não podia ver, uma alergia tinha começado, eu não parava de espirrar e meu nariz não parava de emitir líquidos. Uma bagunça. Eu me lembrei o que Srila Prabhupada tinha escrito que este mundo material é miserável e eu podia ver claramente que este não é um lugar ideal para se viver.

Desde Abril até Outubro de 1971, Srila Prabhupada viajou pela Europa e América dando palestras. Quando ele retornou a Vrindavana, nós voltamos de Calcuta e ficamos com ele em uma casa enorme que alguém tinha emprestado aos devotos.


Continua...

1 Jun 2007

Descobrindo Vrindavana - parte 4

Continuação do artigo de Visakha.

Nós visitamos os lugares onde Krishna no passado, executou seus passatempos extraordinários: o ghata onde ele matou o demônio Kesi, a árvore da qual ele pulou no Yamuna para castigar Kalya, a floresta onde ele encontrou com as gopis a noite para dançar. Não é que nós aceitavamos estas histórias ou a filosofia da consciência de Krishna, mas Vrindavana com certeza possui uma atmosfera diferente. Não tem como escapar.

Todas estas impressões nos influenciaram, sem dúvida, mas o que teve uma influência maior foi encontrar os discípulos de Srila Prabhupada que tinham vindo ao terra sagrada em peregrinação. Aqui estavam, jovens americanos educados que estavam seguros que Deus existe e que Krishna é Deus. Eu me lembro que John e eu caminhamos os 10 Km do parikrama em torno de Vrindavana com Brahmanada Swami, um dos primeiros discípulos de Srila Prabhupada, que falava amorosamente sobre o seu mestre espiritual. Um devoto chamado Giriraja (agora Giriraja Swami) estava sempre falando dos passatempos de Krishna com grande entusiasmo e sensibilidade. E também havia Yamuna-devi dasi, uma das pessoas mais amáveis e amigáveis que eu encontrei até hoje. Em um dia bem quente, ela e eu nos sentamos no Yamuna com água pelo pescoço (assim como os búfalos fazem), e nós conversamos sobre a consciência de Krishna e sobre o que Krishna tinha feito há 5.000 anos atras neste mesmo lugar. Depois de um tempo, eu comecei a realizar que eu era uma ateísta
principalmente porque meus pais eram ateísta e ninguém tinha me convencido a ser qualquer outra coisa. O que Yamuna disse-me era muito simples. Não, eu nunca tive a experiência de ver uma coisa viva vir de uma objeto sem vida. Não, eu nunca tinha visto uma máquina ou um prédio ou qualquer tipo de plano que não tivesse alguém por trás dele, alguma pessoa que tivesse pensado nele.

Continua...

Convite





Este é um convite para devotos com família que gostariam de viver em Vrindavana. Nos somos um grupo de 3 famílias, até agora, desejando comprar terra e formar uma comunidade perto de Vrindavana em uma área rural e cada família sendo o proprietário de seu pedaço de terra. A idéia é a de vivermos próximos e desta maneira ter a associação e a proteção da associação com devotos.
Aqueles que estiverem interessados podem me escrever para obter maiores informações, usando o formulário para mensagens ao lado.
Esperando que esta os encontre bem,


Seu servo,
Yajna Murti das

O Rio Yamuna

O templo de Madhana Mohana

De Volta a Vrindavana

Puro Êxtase

Abaixo está um vídeo que fizemos no Kesi Ghata num dia de Ekadasi. Kesi Ghata fica ás margens do sagrado rio Yamuna e foi aqui no Kesi Ghata que Krishna matou o demônio Kesi, que tinha a forma de um cavalo. No dia de ekadasi muitos devotos circundam Vrindavana. No vídeo vocês podem ver os devotos passando e caminhando rápido para terminar o Parikrama antes do Sol esquentar muito. No vídeo, além do Kesi Ghata vocês também podem ver o rio Yamuna.

Kesi Ghata

Harinama em Vrindavana